Ramos ladrões

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Presente ao longo de todo o ciclo de vida da oliveira o ramo ladrão pode causar atraso no desenvolvimento da planta, crescimento irregular da parte aérea e queda na produção de azeitonas.

Presente ao longo de todo o ciclo de vida da oliveira o ramo ladrão pode causar atraso no desenvolvimento da planta, crescimento irregular da parte aérea e queda na produção de azeitonas.

Por: Fabrício Rezende Salomão 

Atualizado em : 11 de janeiro de 2022

Presente ao longo de todo o ciclo de vida da oliveira o ramo ladrão pode causar atraso no desenvolvimento da planta, crescimento irregular da parte aérea e queda na produção de azeitonas. Embora acumule aspectos negativos estes ramos vegetativos também podem representar uma sobre vida à planta, renovando de forma satisfatória uma árvore debilitada.

Comumente encontrado nos olivais do globo e com maior constância no Brasil devido ao clima tropical, os ramos ladrões apresentam aspectos negativos que incidem diretamente em seu crescimento. A sua presença pode vir já na aquisição das mudas, principalmente de mudas velhas ou fora dos padrões. Sua presença é maior em mudas enxertadas, sendo localizadas principalmente em sua base (cavalo). Sempre que o proprietário se deparar com este tipo de muda, deve-se proceder com  retirada de imediato, do contrário terá um grande atraso em seu crescimento devido ao seu corte tardio e, em outros casos, torna a futura árvore em formato bifurcado com duas hastes principais, incorporando desta forma o ramo ladrão o que causa um desenvolvimento mais lento (imagem elucidativa abaixo).

 

 

Observando as práticas descridas no primeiro artigo sobre Poda de Formação – 1º Ano, pode-se notar a importância de tal controle para que estes casos não ocorram. O ramo ladrão é um ramo vegetativo, com crescimento vertical e que possui grande vigor, sendo de rápido crescimento, por isso recomenda-se a sua verificação constante, com passagens semanais para uma identificação precoce. Neste momento é oportuno dizer que, a melhor retirada do ramo ladrão é aquela realizada com as unhas, ou seja, que não se faça necessário a utilização de tesouras, podões ou motosserra, o que ocasionaria danos mais graves devido a sua retirada tardia.

Um outro fator que pode contribuir para o aparecimento destes ramos são as falhas ocorridas no tutoramento das plantas, muitas vezes realizado de forma errada e, em outras ocasiões, por ações do tempo. Quando a oliveira inclinasse devido a mal colocação ou quebra do tutor, logo aparecem os ramos para tentar corrigir tal inclinação, muito ligado ao fototropismo da planta (imagem elucidativa em anexo). O vento também pode contribuir para estes casos, onde o proprietário deve corrigir imediatamente o posicionamento da planta, do contrário terá que ajustar o seu desenvolvimento por meio de podas de recuperação e, em outros casos, se torna algo irreversível à planta.

 

 

A presença de um ramo ladrão nas oliveiras também pode significar o rejuvenescimento das árvores. São casos que ocorrem em plantas debilitadas e geralmente mais antigas, principalmente com formações de caries: `` La carie è una grave alterazione che si manifesta con tessuti spugnosi friabili e del tutto privi di consistenza, Servízí Fítosanítarí - Regioone del Veneto. ´´, ou seja, fungos que penetram no tronco da oliveira causando a morte dos tecidos vegetais, atrofiando o crescimento, dessecação da parte aérea e má produção. Esta situação pode ser vista em parte das oliveiras do perímetro urbano da cidade de Maria da Fé - MG, onde foi desenvolvido o projeto de recuperação das oliveiras pela Nova Oliva em 2015. A imagem anterior elucida as ações do projeto e mostra nitidamente a utilização dos ramos ladrões auxiliando na recuperação das oliveiras. As informações sobre o projeto desenvolvido serão tema de um próximo artigo no site da Nova Oliva.

Por mais que seja uma prática simples e de fácil execução a retirada dos ramos ladrões, principalmente em plantas jovens, vem sendo uma das principais falhas nos olivais brasileiros, devendo ser mitigada ao máximo para que seus efeitos negativos não prejudiquem o desenvolvimento e produção das oliveiras.

 

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